Senador Mão Santa diz que só ricos podem ser médicosEle criticou a forma como os professores são tratados nas universidades públicas pelo PT.
A greve da Universidade Estadual do Piauí que dura mais de um mês foi discutida pelo senador Mão Santa (PMDB), que aproveitou a ocasião para afirmar que com a política atual de educação apenas os ricos podem se tornar médicos.
Após citar o caso da UESPI, onde um professor 20 horas ganha menos que R$ 600, ele criticou a forma como os professores são tratados nas universidades públicas pelo governo do PT.
Mão Santa lembrou que fez graduação em medicina em universidade pública e pós-graduação em hospital público. Mas, segundo ele, não há como um estudante humilde ter a mesma trajetória por que a decadência das universidades públicas faz as faculdades se destacarem no curso de medicina, cobrando mensalidades de até R$ 4 mil. "Olha a realidade, Uespi, havia 36 campi universitários e baixaram para 18. Entravam de 13 a 14 mil no vestibular e baixaram para três mil. E as faculdades só crescem A esperança dos pobres de serem médicos está diminuindo".
Ele lamentou que os professores da Universidade Estadual do Piauí estejam em greve desde o início de março, pleiteando um piso para a categoria de R$ 1.703, que é negado pelo governador Wellington Dias. "Este é o país, esta é a maneira como os professores são tratados, este é o governo do Partido dos Trabalhadores. Os professores da universidade, Mário Couto, estão pedindo R$ 1.703. E o Governo do PT não arruma esse dinheiro. Arruma para mensalão, para cacarejar, para botar aloprado", criticou o parlamentar.
Dados do Ministério da Educação e Cultura (MEC) foram apresentados pelo senador para comprovar a decadência da instituição. "A Uespi era pequenininha. A maior expansão universitária não foi do Brasil, não, foi do mundo; foi no nosso Governo. Em 1990, o MEC botou as dez melhores universidades. Das dez melhores universidades, Mário Couto, sete eram públicas e três eram privadas. Em 2000, eu era Governador do Piauí e inverteu-se: das dez melhores, três eram públicas e sete eram privadas. E das três públicas, a do Piauí estava no meio, a UESPI, que tinha 66 mil alunos, trinta e seis campos avançados, no vestibular entravam mais de doze mil e reduziu para um quarto", ressaltou.
Redaçãoredacao@cidadeverde.com
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3 comentários:
É pra rir ou pra chorar dessas declarações do senador Mão Santa?
Parece-me tão ilusório quanto o governo do PT o fato do Senador Mão Santa posicionar-se a favor da greve dos professores e em defesa da UESPI, parece piada ou uma brincadeira de mal gosto. Engraçado que e na sua administração o Senador parece ter esquecido do ataque promovido ao funcionalismo público (inclue-se professores) com congelamento de salários e corte do ponto de professores e servidores "grevistas" que lutavam contra a precarização dos serviços públicos, a corrupção e por melhorias das condições de trabalho e de vida.
É no mínimo duvidoso o senador brandir sua voz no senado em defesa da educação, interesses não faltam, só não se inclui nesses interesses a educação de qualidade pela qual lutamos. Todas as nossas conquistas foram fruto da luta dos trabalhadores da educação e dos estudantes, nada foi garantido pelos governos sem um mínimo de pressão dos movimentos organizados, a não ser atitudes tomadas para auto promoção de suas gestões e figuras e para alcamar o descontentamento da população com a calamidade que se encontra o ensino público sendo oferecido migalhas e mais migalhas ano após anos e em muitos casos o corte direto de verbas pra educação em detrimento do pagamento de dívidas a banqueiros nacionais e internacionais. Educação de qualidade se conquista é com lutas, nossas conquitas estão contantemente ameaçadas, já está mais do quer provado, portanto nenhuma confiança nos governos e nos representantes dos empresários da educação. "Só a Luta Muda a Vida".
Até mais!
Ah! Esqueci, apenas, de comentar que a expansão da qual o Senador Mão Santa cita como algo proveitoso e benéfico do seu governo para UESPI faz parte da mesma lógica de hj do governo LULA/Wellington de expansão de vagas nas universidades públicas sem melhoria em infraestrutura, contratação de professores (a maioria são substitutos, o que é ilegal), sem aumento ou melhoria a assistencia estudantil e dissociando o tripé ensino, pesquisa e extensão do meio acadêmico tornando as nossas universidades (como eles querem) em fábricas de cabeça de parafuso produzindo mão de obra barata e em abundancia ao mercado de trabalho e pessoas sem nenhum senso crítico da realidade. Não queremos só mais vagas, queremos qualidade é por isso que se faz necessário exigir-mos do governo mais verbas e autonomia para as nossas universidades além da regulamentação e do fim de incentivos e isenções fiscais as faculdades particulares e aos tubarões do ensino, educação é mercadoria é um direito fundamental.
Só corregindo. No final do comentário anterior esqueci de colocar a palavra {não} em "educação não é mercadoria", desculpem.
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